Natureza e Arquitetura
Lembro como se fosse ontem quando, lá pelos anos 80, a gente mal falava em sustentabilidade. Hoje, vejo escritórios em São Paulo que parecem verdadeiras florestas urbanas, com paredes verdes que sobem até o teto e hortas hidropônicas que fornecem temperos fresquinhos para a copa. Tenho visto projetos incríveis em Salvador, onde arquitetos estão usando espécies nativas da Mata Atlântica em jardins verticais que parecem obras de arte vivas. Em Curitiba, prédios comerciais inteiros projetados com ‘praças suspensas’ entre os andares. Gente, que coisa mais linda.
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E não é só aqui não. O edifício The Change Initiative (TCI) em Dubai é um marco em sustentabilidade e design biofílico, que conquistou o título de prédio comercial mais sustentável do mundo, alcançando 107 de 110 pontos na certificação LEED Platinum. Em Singapura, o aeroporto Changi, que já era uma referência com sua cascata interna deslumbrante, expandiu ainda mais seus jardins. Hoje, possui uma diversidade de plantas maior que muitos jardins botânicos. Já em Tóquio, apartamentos minúsculos estão virando verdadeiros santuários verdes, com sistemas de iluminação natural que imitam perfeitamente a luz do sol – uma inovação já conhecida e que agora em 2025 está ainda amadurecida e revolucionando o conceito de jardins internos.
Mas sabe o que mais me emociona? Ver como esse movimento está democratizando o acesso ao verde. Não é mais privilégio de rico não. Hoje, até aquele apê pequeninho pode ter seu cantinho de natureza. E os benefícios…redução do estresse, melhora na qualidade do ar, aumento da produtividade… A lista é enorme.
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Agora, deixa eu contar um segredinho para vocês: o design biofílico vai muito além das plantinhas. De painéis verdes inteligentes, passando pelas paredes vivas que se adaptam às condições do ambiente usando inteligência artificial para ajustar irrigação e iluminação, ele é sobre texturas naturais, sons da natureza, padrões orgânicos. Tenho visto projetos maravilhosos usando materiais reciclados que imitam elementos naturais, madeira de demolição virando painéis artísticos, pedras brasileiras compondo mosaicos deslumbrantes… É de tirar o fôlego.
E o futuro? Ah, meus amigos, o futuro é ainda mais verde. Com a crescente preocupação com as mudanças climáticas, o design biofílico deixou de ser tendência para virar necessidade. As novas gerações já não aceitam mais morar ou trabalhar em ‘caixas de concreto’ sem vida. Elas querem – e merecem – espaços que respeitam e celebram nossa conexão com a natureza.
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Depois de tantos anos nesse mercado, posso dizer com toda certeza: o design biofílico não é moda passageira. É uma revolução que está transformando a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos com os espaços. E que sorte a minha, poder acompanhar e compartilhar essa transformação com vocês.
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