Na arquitetura, a simplicidade faz toda a diferença. Ela inspira soluções que juntam beleza e praticidade no dia a dia. O cobogó é um ótimo exemplo disso — além de deixar a luz e o vento entrarem com leveza, ainda dá um charme a mais na decoração.
Neste artigo, você vai entender o que é cobogó, explorar suas principais características e conhecer projetos que mostram como esse recurso transforma espaços com identidade e praticidade. Acompanhe!
O que é cobogó?

Luz, sombra e movimento: o cobogó transforma o ambiente o dia inteiro – Projeto: Studio Vírgula + Studio Vanguarda | Foto: Edgard César/CASACOR
O cobogó é um dos elementos construtivos mais simples e charmosos da arquitetura. Ele se assemelha a um tijolo vazado. Na maioria das vezes, tem uso popular e é feito de forma artesanal. Mas também pode ser um produto industrial e compor estruturas complexas da engenharia civil.
A principal função do cobogó está na capacidade de ventilar e iluminar melhor os ambientes dos imóveis. Ele garante privacidade, mesmo em paredes vazadas, preservando quem está no local. No entanto, a repetição de seus módulos atrai a atenção dos projetistas não apenas pelas vantagens funcionais, mas pelo forte apelo estético e decorativo.
Qual é a origem do cobogó?

O cobogó tem inspiração nos muxarabis, treliças de madeira usadas em construções da Índia e do Marrocos – Projeto: Studio MH Arquitetura | Foto: André Nazareth/CASACOR
O cobogó surgiu no Recife, nos anos 1920, criado por três engenheiros: Amadeu Coimbra, Ernest Boeckmann e Antônio de Góis. Seu nome une as iniciais desses sobrenomes. A peça foi pensada para permitir luz e ventilação, mantendo certa proteção nos espaços construídos.
Trata-se de uma solução que tem raízes nos muxarabis, simples treliças de madeira utilizadas como fechamento de janelas e balcões em construções da Índia, do Marrocos e até da arquitetura colonial brasileira.
Ao serem reinterpretados no Brasil, inspiraram o surgimento do cobogó, que assumiu formas próprias, adaptadas ao clima tropical e ao modo de viver local, tornando-se parte da linguagem arquitetônica nacional.

Cobogó como divisória leve e cheia de estilo – Projeto: Up3 Arquitetura | Foto: André Nazareth/CASACOR
Nos primeiros anos, os modelos eram moldados apenas em cimento e com desenhos simples. A partir da década de 1950, vieram o vidro, a cerâmica e o barro cozido. Esses novos materiais ampliaram o repertório estético e tornaram o uso ainda mais versátil.
Essa mudança coincidiu com o crescimento da arquitetura moderna brasileira, quando nomes como Lúcio Costa passaram a incluir cobogós em projetos que priorizavam integração com o entorno, iluminação natural e liberdade na composição dos cheios e vazios das fachadas.
A força visual dos cobogós logo transbordou os limites externos das construções. As peças passaram a marcar presença em ambientes internos, onde funcionam como divisórias que se conectam sem isolar, filtrando luz e construindo atmosferas sem recorrer a barreiras opacas ou pesadas.
Essa transição fortaleceu o aspecto simbólico do cobogó. Além da função estrutural, ele começou a representar um traço expressivo da arquitetura brasileira. Os vazados tornaram-se parte do desenho do espaço, provocando sensações por meio da luz, da sombra e da passagem do tempo.

Muito além da estética: o cobogó também ventila e refresca – Projeto: Ana Porto | Foto: Gabriela Daltro/CASACOR
Com o passar dos anos, as formas se multiplicaram. Estrelas, folhas, círculos, corações e tramas geométricas passaram a dividir espaço com criações autorais. Cada desenho revela uma intenção estética, cultural ou afetiva, conectando técnica construtiva com linguagem visual.
O modo como a luz atravessa essas aberturas traz movimento ao ambiente. As sombras projetadas mudam com o sol e com as estações, revelando uma arquitetura sensível à passagem do tempo. O cobogó não apenas ocupa um lugar: ele transforma o olhar sobre ele.
Hoje, é possível encontrar projetos que usam cobogós de forma escultural, resgatando saberes artesanais ou explorando novas tecnologias. Essa continuidade reafirma o valor do cobogó como parte de uma arquitetura que respeita o lugar, o clima e a memória construída ao longo das décadas.
O que considerar antes de usar cobogó?
Ao entender o que é cobogó, fica fácil perceber como essa peça chama atenção pela estética marcante e pelo jeito único de transformar a luz natural em parte ativa da arquitetura. Mesmo assim, seu uso exige atenção a alguns pontos importantes, tanto no projeto quanto na instalação. Saiba mais a seguir!
Ventilação e iluminação natural

Clássico da arquitetura brasileira, o cobogó une função e beleza – Projeto: Melina Romano | Foto: Denilson Machado/CASACOR
O cobogó permite que o ar circule com mais liberdade e a luz entre suavemente nos ambientes, criando uma atmosfera agradável. Em regiões quentes, esse recurso ajuda a manter os espaços mais frescos e iluminados sem depender exclusivamente de soluções artificiais.
Estética e efeito visual

O cobogó certo faz toda a diferença no ambiente – Projeto: Naomi Abe | Foto: Marco Antônio/CASACOR
Um dos maiores atrativos do cobogó está nos desenhos vazados, que projetam sombras em constante movimento. Ao longo do dia, a luz do sol atravessa os módulos e cria padrões que mudam com o tempo, enriquecendo a experiência visual do ambiente.
Ausência de função estrutural

Apesar do visual sólido, o cobogó é decorativo – Foto: Shutterstock
Apesar de sua aparência sólida, o cobogó não tem capacidade para sustentar o peso. Ele deve ser usado apenas como vedação leve ou elemento decorativo, e nunca como base de apoio para outras partes da construção.
Estabilidade e reforço conforme a altura

O cobogó se mantém estável até 1,80 metro – Projeto: Gregory Copello | Foto: Denilson Machado/CASACOR
Em estruturas com até 1,80 metro, o próprio peso das peças costuma garantir estabilidade. Acima disso, recomenda-se o uso de barras metálicas horizontais a cada poucas fiadas, para reforçar o conjunto e evitar riscos de deslocamento.
Cuidados com a instalação

Assentamento e rejunte bem feitos evitam trincas, infiltrações e deslocamentos futuros – Foto: Shutterstock
O assentamento deve ser feito com atenção, já que o material pode apresentar fissuras se mal instalado ou sobrecarregado. O rejuntamento adequado é essencial para preservar a integridade da parede e evitar infiltrações ou fragilidades ao longo do tempo.
Isolamento acústico limitado

Cobogó não é a melhor opção para ambientes que pedem privacidade – Projeto: Izabela Dinelli Arquitetura | Foto: Daniel Mansur/CASACOR
Por ser vazado, o cobogó não oferece vedação sonora. Isso deve ser considerado em ambientes que pedem privacidade acústica, como quartos, escritórios ou salas de reunião, onde o som precisa ser controlado com mais eficiência.
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