Instalação escultural com 60m² propõe uma leitura museográfica da arquitetura paulistana e do legado artístico em diálogo com o tema “Semear Sonhos”
Reconhecido por sua atuação em projetos que fundem arte, arquitetura e memória coletiva, o arquiteto Pedro Coimbra, estreia na CASACOR São Paulo com o ambiente Galeria Vertical, desenvolvido especialmente a convite da curadoria da mostra. A 38ª edição do evento acontece de 27 de maio a 3 de agosto de 2025, no histórico Parque da Água Branca, com o tema “Semear Sonhos”.
Crédito : Daniela Magario | Projeto Pedro Coimbra – Galeria Vertical
O espaço de 60m² parte de um gesto simples e potente: a escada. Aqui, o elemento arquitetônico se transforma em escultura vermelha de escala imponente, conectando pavimentos, olhares e narrativas. Ao redor dela, obras de arte de diferentes linguagens compõem uma espécie de museu vertical, uma instalação que homenageia a cidade de São Paulo, sua produção artística e seus marcos arquitetônicos.
Crédito : Daniela Magario | Projeto Pedro Coimbra – Galeria Vertical
Inspirado por nomes como Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi e outros mestres que moldaram o imaginário urbano da capital, Pedro traduz a arquitetura como trajetória e transforma o percurso em exposição.
“A arquitetura é uma linguagem poderosa, que edifica histórias e materializa legados. São Paulo tem patrimônios incríveis, alguns reconhecidos, outros invisíveis, e é isso que procuro revelar com Galeria Vertical”, afirma o arquiteto.
Com assinatura autoral e abordagem museográfica, o ambiente é composto por duas áreas: uma escada de acesso e um espaço expositivo que acolhe as obras. A instalação reflete ainda sobre sustentabilidade no contexto artístico, tema presente em todos os trabalhos exibidos, que expressam processos criativos sustentáveis em sua essência, sem literalidade.
Crédito : Daniela Magario | Projeto Pedro Coimbra – Galeria Vertical
Ao subir ou descer, o visitante se insere em um fluxo narrativo que evoca raízes, memórias e sonhos urbanos. Um dos destaques é a arte mural em preto e branco, assinada por Yacunã Tuxá, com a frase “A montanhosa mulher sonhava”, conectando paisagem e afeto, corpo e território, e representando a grandiosidade da mulher.
Crédito : Daniela Magario | Projeto Pedro Coimbra – Galeria Vertical
Na curadoria sensível conduzida pelo próprio Pedro Coimbra, em parceria com as galerias Mendes Wood e Luciana Brito, destacam-se obras como Riviera Violeta, de Gabriela Machado, e duas pinturas sem título do artista Rafael Carneiro. Três criações do Dudu Garcia Ateliê também integram a seleção, entre elas Nova Topografia Bruta, Série Carvão e Water Box, que utilizam materiais como pigmentos naturais, carvão e lã de vidro em suportes diversos. O conjunto ganha força com uma série de telas de Rodrigo Bivar, entre elas Troca de Turno, Meio Sol, Soltinho, Cactus e Nuvens, Navegantes, Fenda e PP, todas em óleo sobre tela.
Crédito : Daniela Magario | Projeto Pedro Coimbra – Galeria Vertical
Crédito : Daniela Magario | Projeto Pedro Coimbra – Galeria Vertical
Crédito : Daniela Magario | Projeto Pedro Coimbra – Galeria Vertical
Também estão presentes duas obras de Fiona Von Fursteberg A, vida não basta e How to be a bird, In a world of sheep that herd? Humming, Mocking bird, que exploram a força poética dos pigmentos e bastões de óleo sobre tela. Completam a instalação Relicário, de Leandro Lima, em que um suporte de ferro envolve um vaso de barro com projeção de imagens da flora brasileira, e a coleção Jalapoeira Apurada, formada por esculturas em palha de capim dourado, assinadas por Urçulina Davino, Vanessa Zulmira e Elizangela Raimunda. “Trouxemos uma composição que dialoga com aquilo que tornou São Paulo um celeiro de sonhos para diversos povos, uma cidade exigente, mas na qual tudo pode brotar”, finaliza Pedro.
Crédito : Daniela Magario | Projeto Pedro Coimbra – Galeria Vertical
Sobre Pedro Coimbra | Coimbra Arquitetura
Formado em Arquitetura pela Faculdade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, Pedro Coimbra iniciou sua trajetória no campo criativo em 2006, destacando-se por sua habilidade em traduzir demandas individuais em projetos que equilibram funcionalidade e estética. Com uma experiência enriquecedora em Rotterdam, na Holanda, Pedro trouxe para o Brasil uma visão global sobre arquitetura, marcada pela flexibilidade e personalização. À frente do escritório Coimbra Arquitetura, ele desenvolve projetos residenciais, comerciais e culturais, como o recente Museu CARDE, em Campos do Jordão.
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