Três peças, três histórias que traduzem cultura, forma e memória

PRÉ- LANÇAMENTO | 11 DE SETEMBRO | QUINTA | 15H

por Equipe Viva Decora
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COLEÇÃO RECÔNCAVO

PRÉ- LANÇAMENTO | 11 DE SETEMBRO | QUINTA | 15H

Avenida Ipiranga 344 | 31 andar | Conjunto 311C

Três peças, três histórias que traduzem cultura, forma e memória

A Coleção Recôncavo marca o primeiro conjunto autoral do Estúdio Dendê, unindo referências da cultura popular brasileira à linguagem do design contemporâneo. Criadas por Everton Souza, as obras Cadeira Mula sem Cabeça, Sofá Acordeon e Luminária Mandú partem de experiências vividas no interior da Bahia e ressignificam símbolos afetivos, sonoros e festivos por meio de composições formais, volumetrias e escolhas materiais. A coleção propõe um olhar sensível sobre a ancestralidade e os gestos cotidianos, em diálogo com a inovação e a expressividade do design brasileiro atual.

CRÉDITO DE IMAGENS | RUY TEIXEIRA
Instagram: ruy_teixeira

SOFÁ ACORDEON 

O acordeon, também conhecido como sanfona, é um instrumento de fôlego, ritmo e encontro. De origem europeia, ganhou alma brasileira nas festas do interior nordestino. Presente nas noites juninas, nos terreiros de forró e nos festejos de São João, é tocado com o corpo inteiro e se movimenta como um pulmão sonoro.

Foi nesse cenário que Everton cresceu, embalado pela música como ritmo de vida e celebração. O Sofá Acordeon é uma homenagem à fluidez e à flexibilidade do instrumento. Modular e versátil, apresenta base baixa e assento profundo. Quatro módulos independentes podem ser livremente reorganizados.

Crédito Ruy Teixeira | Coleção Recôncavo_Estúdio Dendê

A inspiração está na forma e na essência. Os volumes do sofá se expandem e se retraem como fole de acordeom, criando diferentes possibilidades de uso. Os tecidos naturais são combinados com uma paleta cromática livre, que rompe com a previsibilidade do bege, do off-white e do cinza. Mais do que um assento, o Acordeon é uma partitura visual. Uma celebração do corpo em repouso e do afeto em movimento.

Crédito Ruy Teixeira | Coleção Recôncavo_Estúdio Dendê

CADEIRA MULA SEM CABEÇA        

A “Mula sem Cabeça” é uma figura emblemática do folclore brasileiro. Surgida como punição a uma mulher que teria vivido um amor proibido com um padre, ela é transformada em um animal de quatro patas, sem cabeça, com fogo saindo do pescoço. Uma narrativa que atravessa o desejo, a culpa e a repressão.

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Crédito Ruy Teixeira | Coleção Recôncavo_Estúdio Dendê

Everton Souza ressignifica essa história com delicadeza e potência. A criação, feita em metal, remonta à infância do designer no Recôncavo Baiano, onde lendas como essa eram contadas como advertência, mas também como fantasia.

Nada na cadeira é literal. O encosto fechado e curto sugere contenção e invisibilidade. O assento sinuoso acolhe o corpo com ambiguidade, entre conforto e tensão. Os pés posteriores rompem com a lógica da simetria. As proporções desafiam padrões clássicos, instigando o olhar.

Crédito Ruy Teixeira | Coleção Recôncavo_Estúdio Dendê

A estrutura é inteiramente feita em aço com pintura eletrostática, disponível nas cores preto, areia e azul Jacque, escolha que reforça o caráter contemporâneo da obra, sem abrir mão de sua potência simbólica.

A Cadeira Mula sem Cabeça é um artefato narrativo. Carrega o silêncio imposto às mulheres e a beleza de quem ousa atravessar limites impostos. Uma reinvenção simbólica que afirma o direito de contar e recontar histórias sob novas perspectivas.

LUMINÁRIA MANDÚ  

O “Mandú” é um personagem tradicional do carnaval do Recôncavo Baiano. A figura é composta por uma veste ampla e uma cabeça cenográfica, sustentada por um longo cabo de vassoura, criando um corpo visualmente distorcido, ao mesmo tempo cômico, gigante e misterioso.

Crédito Ruy Teixeira | Coleção Recôncavo_Estúdio Dendê

A Luminária Mandú traduz essa distorção poética. Sua coluna alta remete à estrutura alongada da fantasia carnavalesca, mas, ao contrário do esperado, o foco de luz não está no topo. Ele foi rebaixado intencionalmente, posicionado a 1,10 metro de altura. Essa escolha aproxima a luz do campo visual de quem está sentado, criando uma iluminação mais acolhedora, pensada para leitura, escuta e contemplação. A esfera fosca de luz, com 10cm de diâmetro, parece flutuar.

Crédito Ruy Teixeira | Coleção Recôncavo_Estúdio Dendê

Produzida em aço tubular com pintura eletrostática, a peça está disponível nas cores preto, areia e azulJacque, com bases que variam entre o mármore Piguês e o Travertino Romano. Leve e delicada, a Mandú ilumina com sensibilidade e propõe novas proporções de presença. Uma peça que, como o personagem que a inspira, brinca com escalas e narrativas do corpo popular brasileiro.

ESTÚDIO DENDÊ

Afeto, brasilidade e narrativas que brincam com o design

Liderado pelo designer Everton Souza, o Estúdio Dendê é um território criativo onde o design brasileiro pulsa com memórias afetivas, ritmos populares e gestos cotidianos. Fundado em 2024, como homenagem à avó, cozinheira baiana reconhecida por reunir pessoas ao redor de sua mesa e do seu tempero, o estúdio carrega a essência de generosidade e da força silenciosa. Assim, como muitas mulheres que sustentam suas casas, seus filhos e netos por meio da cozinha, ela fez do alimento um elo entre o cuidado, a conexão e a resistência. O Dendê nasce desse legado e propõe um design sensorial, emocional e múltiplo.

Crédito Ruy Teixeira | Coleção Recôncavo_Estúdio Dendê

A cor do Estúdio Dendê é a cor da Bahia. O azul dos céus e das águas, em todas as suas tonalidades, atravessa as paisagens e as memórias do Recôncavo Baiano. Mais do que estética, a cor carrega origem, pertencimento e identidade. O azul permeia o olhar do estúdio e se revela nas proporções, volumes e escalas presentes na arquitetura, moda, arte e cultura.

Com uma abordagem híbrida, o estúdio estabelece conexões entre tradição e contemporaneidade. Suas criações fogem do óbvio, acolhem o inesperado e convidam à experiência. Cada peça é um fragmento sensível que desperta o olhar.

O Dendê é lúdico, um espaço onde raízes afro-brasileiras, expressões populares e vínculos ancestrais ganham forma e função. Suas obras carregam formas, tons e histórias de um Brasil vibrante e reinventado, onde o design deixa de ser apenas produto para se tornar linguagem viva.

Inspirado pelo ato de brincar com os materiais e com os sentidos, Everton Souza imprime ao design uma perspectiva genuína, nutrida por suas paixões e por sua formação em arquitetura em Salvador.

O Estúdio Dendê é, por essência, um convite ao encontro entre disciplinas, culturas, histórias e futuros possíveis. Um espaço onde o design dialoga com a arte e a memória, atravessando fronteiras estéticas e sociais para criar narrativas plurais e profundamente brasileiras.

EVERTON SOUZA | DIRETOR CRIATIVO DO ESTÚDIO DENDÊ

Nascido em 1996, no Recôncavo Baiano, região conhecida por sua efervescência cultural, pelas festas religiosas e pela força das tradições africanas, indígenas e portuguesas, Everton Souza foi criado em meio às celebrações populares, aos saberes orais e às paisagens coloridas da Bahia.

Desde cedo, foi guiado por um desejo pulsante de ampliar horizontes, buscar novos repertórios e transformar sua criatividade em expressão singular,  um caminho que resultaria em uma linguagem própria, enraizada nas vivências do território e aberta ao mundo.

Em 2023, transferiu esse ímpeto para São Paulo. Deixou para trás a família e os amigos em busca de liberdade estética e expansão profissional. Queria viver em uma cidade onde pudesse se vestir e se expressar como desejava. Em poucos meses, sentiu-se em casa.

São Paulo me fez muito bem”, diz. “A inspiração floresceu como quem avista um mundo novo. Estar perto da moda, das marcas e dos festivais me conectou a um universo inexplorado, um portal que se abriu para tudo o que eu sempre sonhei criar.”

Foi nesse novo território criativo que Everton começou a dar forma ao Estúdio Dendê, ao mesmo tempo em que integrou a equipe da arquiteta Melina Romano. Em maio de 2024, apresentou sua primeira criação autoral, o banco Bimbo, na Casa Cor São Paulo, dentro do ambiente assinado pelo arquiteto e designer Alê Salles, do Estúdio Tarimba. A estreia, em um contexto de alta visibilidade, não apenas marcou sua entrada no circuito do design, como também despertou o interesse de importantes formadores de opinião.

Bimbo passou a integrar a Casa Dexco, sob a curadoria de Allex Colontonio e André Rodrigues, os Decornautas, em colaboração com a arquiteta Priscila Muller. A obra foi exibida no Conjunto Nacional, ícone modernista do arquiteto Davi Libeskind, ampliando seu alcance entre vozes influentes e públicos conectados ao design contemporâneo.

O reconhecimento do banco Bimbo foi o impulso que faltava para Everton afirmar sua voz como designer independente. A criação abriu caminhos e validou uma trajetória sensível, autoral e profundamente conectada à cultura brasileira. Desde então, passou a criar com mais liberdade e coragem, consciente de que seu olhar tem lugar e valor. Suas obras traduzem histórias que nascem da terra e da memória e, ao mesmo tempo, dialogam com o presente e com o futuro.

Everton Souza é hoje um nome em ascensão no design brasileiro. Seu trabalho tem raízes firmes na cultura baiana e nordestina, mas seus olhos estão voltados ao mundo, onde o design pode ser linguagem, afeto e transformação.

ESTÚDIO DENDÊ

Instagram: @____dende | @evertonsouza.arq

Assessoria de imprensa :

renata sherman

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@renatasherman

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