O Museu A CASA do Objeto Brasileiro, a convite do Instituto Arapyaú, fará parte da programação da Cas’Amazônia durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece entre os dias 10 e 20 de novembro de 2025, em Belém do Pará, com a instalação Oito Partes de uma Mesa Brasileira. A ação, que acontece no dia 14/11, integra-se à pesquisa da chef Bel Coelho sobre a cultura alimentar amazônica e propõe um diálogo entre o fazer artesanal e o ato de alimentar-se — dois campos onde o gesto humano molda matéria, sentido e afeto.
Instalada em uma cristaleira já presente no casarão situado no centro histórico da capital paraense, a obra apresenta objetos brasileiros — boa parte deles de origem artesanal — que traduzem a forma como o país se expressa à mesa. Organizada em oito atos: de comer, de beber, de fazer, de servir, de forrar, de decorar, de apoiar e de estar, cada uma dessas partes representa um ato simbólico, uma dimensão sensível da convivência que nasce do encontro entre corpo, território e cultura ao redor de uma mesa.

Foto : Julio Cesar almeida | Oficina Mulheres-Waura
Divulgação : o Museu A CASA do Objeto Brasileiro
A cristaleira — esse móvel emblemático da casa brasileira — aqui se torna um altar doméstico do tempo, guardando memórias e ofícios que atravessam gerações. É testemunha da mistura, do afeto e da continuidade. Um repositório do passado que permanece e do presente que se reinventa. As oito partes citadas no nome da instalação são De Comer, De Beber, De Fazer, De Servir, De Forrar, De Decorar, De Apoiar e De Estar.
Na Cas’Amazônia, o público é convidado a um exercício de imaginação: escolher mentalmente um objeto de cada uma das oito partes expostas e montar sua própria mesa brasileira — combinando, criando e partilhando modos de estar. Aqui, o encontro do alimento com o artesanato é, antes de tudo, um gesto coletivo, uma forma de transformar o mundo com as próprias mãos.
A participação do Museu A CASA na Cas’Amazônia durante a COP30 é mais uma das contribuições deste espaço, localizado na Zona Oeste de São Paulo, para a promoção, difusão e preservação do artesanato como pilar da identidade cultural e do desenvolvimento sustentável.
A trajetória do Museu é marcada por projetos e exposições que destacam a maestria e o saber de comunidades artesanais, muitas delas ligadas à biodiversidade e aos povos da floresta. Entre as iniciativas, destacam-se os projetos “Artesanía Warao”, “A CASA AMA Carnaúba” e “Poética da Palha” e as exposições “ISA 30 anos – Por um Brasil Socioambiental”, “Trama Canoê”, “Ojidu – A árvore da vida Warao”, “A CASA AMA Carnaúba” e “A Poética da Palha – Cerro Azul”. Todas as ações podem ser consultadas no site da instituição.

Foto : Julio Cesar almeida | Oficina Mulheres-Waura
Divulgação : o Museu A CASA do Objeto Brasileiro
Sobre o projeto “Floresta na Boca”, de Bel Coelho
Em “Floresta na Boca”, projeto composto por livro e documentário, a chef Bel Coelho reflete sobre as riquezas ecológica e sociocultural do bioma por meio dos sistemas alimentares.
Quando começou a pesquisar ingredientes brasileiros para usar em seus menus, Bel Coelho percebeu que, mais do que conhecer sabores, texturas e aromas, precisava entender a origem, a geografia e as relações implícitas nas cadeias produtivas. Por trás de cada fruta, castanha, peixe e farinha há gente vivendo, plantando, transformando e protegendo a biodiversidade. Agricultores familiares, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas que mantêm as florestas em pé, resguardam as sementes e perpetuam a cultura alimentar brasileira.
O desejo de conhecer essa cultura alimentar em profundidade guiou a carreira da chef dos restaurantes Clandestina e Cuia nas últimas décadas e culminou este ano com o projeto “Floresta na Boca”. Acompanhada de uma equipe multidisciplinar, da qual fazem parte a diretora executiva Marina Aranha e o ecólogo Jerônimo Villas-Bôas, Bel deu início à empreitada pela Amazônia.
Financiado pelo Instituto Arapyaú e realizado em parceria com a Reenvolver, o livro “Floresta na Boca Amazônia – Pessoas, Paisagens e Alimentos” será lançado em novembro pela editora Fósforo durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém. Apoiado pela Open Society Foundation, o Instituto Imbuzeiro e o Google.org, o documentário será exibido em primeira mão, também durante a conferência da Organização das Nações Unidas.
Bilingue, a publicação de 192 páginas (R$ 149,90) é um diário de viagem no qual Bel lança seu olhar a três elementos fundamentais – as pessoas, as paisagens e os alimentos – para tentar entender a Amazônia, território que, mesmo com enorme projeção mundial, é muito desconhecido. Os direitos autorais da publicação serão destinados integralmente às organizações de base comunitária que contribuíram para a elaboração do livro.
O documentário, rodado em julho por uma equipe de audiovisual totalmente feminina, tem 52 minutos e é dirigido pela fotógrafa Carol Quintanilha. Com pesquisa de Patty Durães, foca na vida das mulheres de comunidades ribeirinhas de cidades paraenses como Altamira, Santarém, Belém, Abaetetuba e Medicilândia. A ideia é lançar o documentário em São Paulo e fechar a exibição em algum serviço de streaming, além da exibição em primeira mão na COP30.
Sobre o Museu A CASA do Objeto Brasileiro
O Museu A CASA do Objeto Brasileiro é um espaço de referência na valorização do saber artesanal, atuando desde 1997 para proteger, difundir e atualizar suas tradições. Idealizado pela economista Renata Mellão, o museu fomenta a produção artesanal por meio de exposições, projetos, programação cultural e parcerias institucionais. Seu acervo inclui peças de Mestres Artesãos como Espedito Seleiro e de comunidades como os Baniwa e os ceramistas do Xingu.
Mais do que preservar, o museu atua ativamente na valorização do fazer manual como ferramenta de desenvolvimento social e econômico. Suas iniciativas incentivam a autonomia dos artesãos e artesãs, garantindo o reconhecimento de seus saberes e respeitando a identidade cultural de cada comunidade. Por meio de programas educativos, capacitações e pesquisas, o museu estabelece pontes entre tradição e inovação, fortalecendo a produção artesanal em diferentes territórios.
Ao longo de sua trajetória, o Museu A CASA consolidou-se como um importante polo de pesquisa e reflexão sobre o artesanato brasileiro. Suas exposições revelam a diversidade das práticas artesanais no país, abrangendo técnicas como a cerâmica indígena, as rendas, os trançados e a marcenaria. Além disso, promove iniciativas que aproximam artesãos, designers, pesquisadores e o público interessado na cultura material brasileira.
Desde 2008, o Museu A CASA realiza o Prêmio Objeto Brasileiro, um dos principais reconhecimentos do setor, voltado para a produção artesanal contemporânea. Com nove edições realizadas, o prêmio já recebeu quase duas mil inscrições, destacando a inovação e a excelência do fazer artesanal no Brasil.
Com um olhar atento à tradição e ao futuro do artesanato, o Museu A CASA segue impulsionando novas narrativas e promovendo o encontro entre diferentes gerações de criadores, pesquisadores e apreciadores do objeto brasileiro.
Sobre a Loja do Museu A CASA
A Loja do Museu A CASA é uma extensão do trabalho do Museu A CASA do Objeto Brasileiro, oferecendo ao público a oportunidade de adquirir peças criadas por artesãos e comunidades de diversas regiões do país. Seu acervo é cuidadosamente selecionado para destacar a riqueza do artesanato brasileiro, valorizando materiais, técnicas e expressões culturais únicas.
Cada peça disponível na Loja do Museu A CASA carrega a história e a identidade de seus criadores, conectando tradição e contemporaneidade. O espaço busca promover a sustentabilidade da produção artesanal, garantindo que os artesãos sejam remunerados de forma justa e que seus saberes sejam preservados.
Além de objetos de decoração e utilitários, a loja apresenta uma curadoria especial de peças autorais, muitas delas fruto de parcerias entre designers e mestres artesãos. Dessa forma, a Loja do Museu A CASA se torna um ponto de encontro entre diferentes públicos, incentivando o consumo consciente e a valorização do fazer manual brasileiro.
Assessoria de Imprensa – Agência Taga
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